Simpósios: apresentação

ST 01 - A FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES/AS: PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Coordenadoras: Profa. Rómina Laranjeira (UFOP) e Profa. Paula Almeida (UFOP) –

Este simpósio visa reunir trabalhos em andamento ou finalizados, cujos objetos de estudo incidam sobre as práticas de ensino de língua portuguesa, na educação básica, que acontecem em programas de formação de professores/as como o PIBID, o Residência Pedagógica e/ou projetos de extensão. O objetivo é partilhar e discutir práticas pedagógicas elaboradas nesses programas/projetos, identificando as contribuições para a formação inicial e continuada de professores/as que irão atuar e atuam no processo de ensino e aprendizagem da língua portuguesa. Aceitam-se resumos de trabalhos originais, de graduação e/ou pós-graduação, que promovam discussões sobre planejamentos pedagógicos e atividades de intervenção sobre oralidade, leitura e/ou escrita, orientados por diversas abordagens teóricas. Dessa forma, na interface dos estudos da linguagem e da educação, acolhem-se especialmente trabalhos resultantes de experiências pedagógicas vivenciadas nos contextos formativos desses programas, considerando os alunos da educação básica, em panoramas da cidade, do campo, indígenas e/ou quilombolas. Os trabalhos podem incidir, por exemplo, em: estratégias didáticas para o ensino de língua portuguesa; recursos e materiais didáticos; observação de aulas; dificuldades de aprendizagem de conteúdos de língua portuguesa; intervenções didáticas; diagnóstico e processos avaliativos etc. Os resumos, entre 200 e 250 palavras, devem apresentar obrigatoriamente título, objetivos, quadro teórico-metodológico, análise de resultados ou discussão, três referências e cinco palavras-chave. São aceitos trabalhos em coautoria e, quando aplicável, deve ser feita menção ao apoio de agência de fomento.

 

ST 02 - Formação de professores e práticas de ensino de Língua Portuguesa como Língua Materna e como Segunda Língua - Estrangeira, Adicional, de Acolhimento ou de Herança

Coordenadoras: Profa. Ev'Ângela Batista Rodrigues de Barros (PUC Minas) e Profa. Valquíria Carolina Pimentel Sales de Carvalho (PUC Minas)

O objetivo deste simpósio temático é oportunizar a apresentação e a discussão de pesquisas voltadas para a prática de ensino e a produção de materiais didáticos de Língua Portuguesa (LP): a) como língua materna, na educação básica (Fundamental, Médio, Educação de Jovens e Adultos); b) como L2, a falantes não nativos, em suas diversas possibilidades - como Língua Estrangeira, de Acolhida, de Herança, etc. Partindo do que está consubstanciado na documentação oficial acerca do ensino de LP no Brasil, em especial a BNCC (2018), é contemplada a atividade de análise e reflexão linguístico-semiótica sobre a língua, seus desafios e alcances no século XXI. Partindo da assunção de que a tarefa precípua do professor de LP seja o desenvolvimento da competência linguístico-discursiva do discente, privilegia-se o texto como o ponto de partida e de chegada das aulas, perpassado pelo tratamento dos aspectos gramaticais que o constituem. Nesse sentido, destaca-se o viés teórico cognitivo-funcionalista como a perspectiva linguística capaz de contribuir para ensino linguístico a nativos e não nativos. Pressupostos teóricos funcionalistas (como os atinentes à concepção prototípica das categorias linguísticas, à feição contingencial das práticas interacionais, à maior representação do que é mais frequente e rotineiro no uso linguístico, à dimensão icônica da gramática, entre outros) podem e devem ser considerados na sala de aula de LP nas diferentes modalidades, mas cada uma pressupõe especificidades e necessidades de adaptação ao público-alvo.

 

ST 03 - IDENTIDADES EM CONSTRUÇÃO: POESIA E PROSA EM PAÍSES AFRICANOS DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA

Coordenadores: Prof. Bernardo Nascimento de Amorim (UFOP) e Profa. Luciana Brandão Leal (UFV)
Nos cinco países africanos que foram colonizados por Portugal, isto é, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, a identidade cultural nacional é motivo de interesse constante, ao menos, por parte de escritores e intelectuais que escrevem em língua portuguesa e cujas obras chegam ao Brasil. Termos como “angolanidade”, “cabo-verdianidade”, “moçambicanidade”, “guineidade” e “santomensidade” foram usados reiteradamente para significar algo que daria conta do que seria próprio dos modos de ser, sentir e perceber o mundo de angolanos, cabo-verdianos, moçambicanos, guineenses e santomenses. Nesses casos, também a diferenciação em relação ao Ocidente se torna relevante, compreendendo-se a sistemática construção dos povos africanos, por parte dos colonizadores, como “os outros”. Naturalmente, tal diferenciação se dá tanto em dimensão estética quanto ideológica, na conexão entre forma e conteúdo, na prosa e na poesia, com a elaboração da linguagem fazendo ecoar imagens de sujeitos, individuais e coletivos, a que se associam projetos literários também individuais e coletivos. Pensar em como se configuram as literaturas dos cinco países mencionados, a partir da reflexão, seja sobre obras específicas, seja sobre conjuntos maiores, considerando-se o modo como imaginam e constroem suas individualidades, aproximando-se ou se afastando de outras, na tensa confluência entre Ocidente e suas “margens”, é o objetivo do Simpósio.

 

ST 04 - LÍNGUA PORTUGUESA E LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: CIRCULAÇÃO, USOS, CURRÍCULO E PRÁTICAS DE ENSINO

Coordenadoras: Profa. Rita Lages (UFOP), Profa. Maria Luiza Mota Lagares (POSLETRAS-UFOP) e Profa. Lúcia Helena Pio (POSLETRAS-UFOP)
A proposta deste simpósio é reunir estudos sobre a língua portuguesa e as línguas estrangeiras a partir das perspectivas da circulação de línguas no Brasil (livros, gramáticas, impressos etc), dos diversos usos das línguas, da organização curricular (legislação, documentos normativos, livros didáticos etc.) e das práticas de ensino. Interessa-nos destacar: abordagens históricas e historiográficas tanto sobre circulação e usos quanto sobre os currículos e as disciplinas escolares. Igualmente, são bem-vindos os trabalhos que estabeleçam diálogos entre a organização formal do currículo e as práticas escolares de ensino.

 

ST 05 - LINGUÍSTICA APLICADA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES CONTEMPORÂNEAS

Coordenadores: Profa. Anelise Fonseca Dutra (UFOP), Prof. Fernando Silvério de Lima (UFOP) e Profa. Jhuliane Evelyn da Silva (UFOP)

Historicamente, é sabido que a Linguística Aplicada (LA) se origina como campo investigativo centrado nos problemas de linguagem derivados do uso e da interação entre diferentes sujeitos da vida social. Posteriormente, ela constrói sua identidade científica a partir de sua intensa atuação no campo do ensino e da aprendizagem de línguas e mais contemporaneamente em outros contextos de uso da linguagem (estudos discursivos, linguística de corpus, linguística forense, dentre outros). Dessa forma, o presente Simpósio Temático busca somar aos esforços da área no intuito de reunir trabalhos que revelem propostas contemporâneas do que é fazer LA na realidade brasileira. O referencial teórico está ancorado em pressupostos da Linguística Aplicada como campo interdisciplinar e indisciplinar, centrado no olhar crítico para o papel da linguagem nas relações humanas, pautado pela ética e pelo comprometimento com a transformação social. O simpósio busca reunir trabalhos concluídos ou em andamento que problematizem questões atuais que atravessam o fazer científico do linguista aplicado brasileiro, tanto nos temas mais recorrentes sobre as relações de ensino e aprendizagem de línguas, formação de professores, bem como outros temas em expansão que incluem relações de uso da linguagem em outros contextos de interação da vida cotidiana. Os trabalhos podem incluir diferentes tópicos de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras/adicionais e língua materna, letramento crítico, formação de professores de línguas (inicial e continuada), multiletramentos e tecnologias, linguística aplicada em contextos de trabalho e na vida cotidiana, dentre outros temas afins.

 

ST 06 - LITERATURA INFANTIL E SOCIEDADE: ATRAVESSAMENTOS ÉTICOS E ESTÉTICOS PELA VIA DA IMAGINAÇÃO

Coordenadoras: Profa. Ivanete Bernardino Soares (UFOP) e Profa. Patrícia A. Beraldo Romano (UNIFESSPA)
O simpósio temático sobre literatura infantil tem o propósito de promover o debate sobre o papel da arte literária para a maturação psíquica, para o refinamento das emoções e para a educação estética das crianças. Ao abordar os atravessamentos sofridos pelo campo literário endereçado à infância por forças ideológicas, éticas e estéticas, nossa intenção é sublinhar a preponderância dos processos imaginativos e artísticos na base da produção literária que busca comunicar sentidos vitais e históricos aos leitores iniciantes. O simpósio acolherá pesquisas de natureza teórica, estudos de caso e experiências de mediação de leitura que tratem de temas relacionados ao campo literário para a infância como, por exemplo, o papel da imaginação para o desenvolvimento integral das crianças; a literatura para bebês; metodologias de mediação literária; censura e temas fraturantes na literatura infantil; análise de obras literárias para a infância; bibliodiversidade e materialidades do livro infantil; o livro ilustrado; as obras infantis lobatianas e as polêmicas que a envolvem; a escolarização da literatura infantil; a cadeia do livro literário para crianças; o papel das bibliotecas para a formação do leitor; as relações entre o letramento literário e as condições materiais de existência e outros temas relacionados. Esperamos que este simpósio seja um espaço de encontro de experiências diversas com a literatura infantil e que possa fazer convergir interesses de pesquisadores, educadores, escritores, ilustradores, contadores de histórias e demais profissionais interessados na literatura infantil e, ainda, propiciar parcerias de trabalho para além do evento que o desencadeou.

 

ST 07 – PARA A HISTÓRIA DO PB

Coordenadores: Profa. Soélis Teixeira do Prado Mendes (UFOP) e Prof. Sandro Marengo (UFS)

Neste Simpósio esperamos reunir resultados de pesquisas ou pesquisas em execução, de diferentes matizes teóricas, e que pertençam a campos inter-relacionados de investigação, como (i) histórico-filológico - que se dedica à constituição, transcrição e edição de corpora de manuscritos públicos ou privados e que tenham sido exarados no Brasil, desde o século XVI.

(ii) mudança gramatical - que se dedica à investigação de mudanças linguísticas que foram extraídas de corpora constituídos;

(iii) história social linguística - que se dedica a reconstituir a história social linguística do PB.

(iv) tradições discursivas - que se dedica a investigar a constituição e mudança de gêneros discursivos;

(v) História do léxico do PB - que se dedica a investigar a formação sócio-histórica e linguística do léxico, e aqui incluímos pesquisas ligadas à Onomástica (Antroponímia, Toponímia), à Fraseologia, à Lexicografia e à Terminologia.

Por isso, convidamos a todas e a todos as/os pesquisadoras/res, que fazem ou não parte do projeto nacional PHPB, a dividirem conosco suas investigações.

 

ST 08 - O USO DE RECURSOS IMAGÉTICOS COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA ESTUDANTES SURDOS

Coordenadores: Profa. Dayse Garcia Miranda (UFOP) e Prof. Reginaldo Rodrigues Silva 

Para o presente simpósio objetiva-se apresentar pesquisas acadêmicas que se concentram nos Estudos Surdos, desenvolvidas por alunos de graduação e de pós-graduação nas universidades brasileiras, especificas à área dos Estudos de Linguagens, Linguística e Educação, abordando os elementos visuais como mecanismo que auxiliam o ensino de língua portuguesa, modo escrito, aos discentes surdos, inseridos nas escolas públicas, com propostas inclusivas e bilingues, de 3 cidades localizadas na região dos Inconfidentes de Minas Gerais ou de outras regiões. Com o avanço da tecnologia e a multiplicação de possibilidades de produção de sentido, a leitura e a escrita ultrapassaram os limites do código alfabético, sendo que outros códigos, visuais, auditivos, sensitivos, participam da produção de sentidos fazendo parte integrante das práticas sociais dos indivíduos. Por isso, codificação e decodificação de elementos figurativos fazem parte das novas e múltiplas práticas sociais de linguagem vigentes na sociedade globalizada do século XXI. Ler imagens sob diferentes pontos de vista reflete a importância de estarmos vigilantes aos diversos modos de ver o mundo e de se pensar sobre ele. Assim, intencionamos discutir sobre o uso de recursos imagéticos e como interferem no processo de construção da escrita da língua portuguesa; por fim, ressaltamos que as pesquisas estão norteadas pela subjetividade linguística e cultural dos surdos.

 

ST 09 - POÉTICA, RETÓRICA, RECEPÇÃO: A ANTIGUIDADE E A LONGA DURAÇÃO

Coordenadores: Prof. Alexandre Agnolon (UFOP) e Prof.  Artur Costrino (UFOP)
O objetivo fundamental do Simpósio Temático Poética, Retórica, Recepção: a Antiguidade e a Longa Duração é reunir trabalhos que tenham como foco tanto o estudo, em viés retórico, poético, histórico ou filosófico, de materiais de ordem vária provenientes da Antiguidade, mas também prescritivos do discurso antigo de um modo geral, como o estudo da poética e da retórica; e também pesquisas que, inserindo-se na longa duração do paradigma antigo, foquem no estudo da recepção das artes plásticas, da retórica, da poética e da tradição literária e historiográfica antiga, em tempos e espaços diversos, ressignificados por linguagens diversas, em contextos de produção e circulação diversos, como na Idade Média ou na Modernidade, ou mesmo no Brasil Colônia, ou sua apropriação pelo cinema e audiovisual contemporâneos. A variedade dos trabalhos aceitos leva em conta quadro teórico-metodológico eclético que vai desde o estudo das fontes antigas elas mesmas, em consonância com os modos de composição e circulação coetâneos às obras, e sua apropriação em momentos posteriores à Antiguidade, em consideração às especificidades e às demandas do tempo, até os estudos de recepção a abordar a apropriação e releituras modernas, a partir de obras de jaez variado, de materiais provenientes do Mundo Antigo e de temporalidades subsequentes.

 

ST 10 - ROMANCE: TEORIA E PRÁTICA

Coordenadores: Prof. Emílio Maciel (UFOP) e Prof. Victor da Rosa (UFOP)

Ao eleger como fio condutor aquele que Bakhtin considera o gênero moderno por excelência, esse simpósio busca discutir os impasses e possibilidades da forma-romance, em seus mais variados desdobramentos e em diferentes tradições. De um lado, ao retomar o diálogo com as teorizações de nomes como Girard, Lukács, Nancy Armstrong, Abel Barros Baptista, Gonzalez Echevarria e Shoshana Felman, entre outros críticos e teóricos, procura-se investigar como, ao agenciar a mimese corrosiva dos discursos de autoridade, o romance opera como uma grande contra-memória da episteme moderna, direcionando seu foco sobre muito do que tende a ser suprimido/apagado pelos filtros institucionais hegemônicos. De outro, ao analisar como tais tensões se atualizam em variados exemplos concretos, dos mais diversos quadrantes, busca-se dar realce ao modo como, no romance, uma certa pulsão autorreflexiva - forçando o texto a se dobrar sobre si mesmo para interrogar e desestabilizar seus supostos limites - corre sempre de par ao tato para dar a ver uma série de quebras entre expectativa e efetivação, e nessa mesma medida fazer da própria noção de realidade um gigantesco e intimidador ˜work in progress". Interpelar o modo como esses e outros dilemas se atualizam num vasto elenco de autores, de Cervantes a Graciliano Ramos, de James Joyce a Juan Carlos Onetti, de Machado de Assis a Clarice Lispector, é o que nos propomos a fazer no presente simpósio.

 

ST 11 - TEMPORALIDADE E ESPACIALIDADE NO DISCURSO

Coordenadores: Prof. Paulo Henrique Aguiar Mendes (UFOP), Prof. Claudio Humberto Lessa (CEFET-MG) e Prof. Jorge França de Farias Junior (UFOP)
Semana Nacional de Letras e Simpósio de Pós-Graduação - tempo, espaço, linguagem - propomos um Simpósio Temático cujo objeto diz respeito às noções de temporalidade e de espacialidade no âmbito dos Estudos Discursivos. Tendo em mente que tempo e espaço são dimensões constitutivas da vida social e da comunicação humana, analisar os distintos modos pelos quais integram e regulam os usos das linguagens, especificamente o funcionamento discursivo verbal instanciado em textos, mostra-se oportuno e pertinente. Serão bem-vindos estudos situados na área discursiva em suas diferentes abordagens que incluam tempo e espaço como categorias analíticas. Benveniste (1989) chega a postular que o presente da enunciação institui o tempo discursivo, em função do qual passado e futuro ganham existência. Essa abordagem de estudos da enunciação, por exemplo, focaliza as categorias de tempo e espaço como constitutivas, juntamente com a noção de pessoa, da dêixis. Em sua semântica do acontecimento, Guimarães (2002) afirma que o acontecimento enunciativo se temporaliza instituindo um espaço memorável e uma latência de futuro. Os diferentes modelos de análise do discurso (em suas versões francesas ou anglo-saxônicas) dedicam-se, entre outros objetos, a avaliar o modo como as práticas de linguagem constroem e tensionam ordens discursivas com seus regimes institucionais específicos de tempo e de espaço, nos quais sujeitos e/ou corpos-sujeitos se inserem para enunciarem agindo pragmática e sociodiscursivamente. Assim, existe uma dimensão discursiva da temporalidade e da espacialidade que não se reduz nem a uma dimensão física nem a uma representação em categorias linguísticas, mas refere-se a regimes relativamente estáveis de funcionamento das práticas de linguagem nas sociedades. É justamente essa dimensão que nos interessa discutir neste simpósio.

 

ST 12 - TRADUÇÃO LITERÁRIA, EDIÇÃO E PERFORMANCE

Coordenadores: Profa. Maria Rita Drumond Viana (UFOP), Profa.Larissa Lagos (UFOP) e Prof. Daniel Martineschen (UFSC)
Como afirma Gisèle Sapiro, “A tradução é uma atividade social cujas funções não podem ser reduzidas a apenas mediação ou comunicação (...) A relação entre a tradução e essas funções não é da ordem da necessidade e depende das categorias de agentes e instituições envolvidas no processo de tradução: organizações políticas, representantes do governo, editores/as, casas editoriais, responsáveis pelos direitos estrangeiros em editoras, agentes literários/as, tradutores/as, autores/as, críticos/as, comentadores/as e assim por diante” (2020, p. 151). O presente ST buscará investigar a interseção da tradução e os estudos da edição e da performance teatral como momentos em que o texto literário toma corpo e passa ao âmbito da circulação pública, seja como livro publicado, seja como peça encenada, ou ainda em outras formas de difusão (eletrônicas ou não). Enfoques possíveis incluem investigações de projetos de tradução específicos (BERMAN, 1995), considerações sobre o papel de quem traduz no campo literário, em abordagens sociológicas (SAPIRO, 2009), questões de encenação e performance específicas da tradução para o teatro (JOHNSTON, 2011), assim como da circulação de traduções como elementos de consagração literária (LEFEVERE, 1992). São possíveis abordagens que consideram micro-histórias de tradutores e tradutoras de diferentes momentos das histórias literárias, com destaque para o campo ou sistema brasileiro, assim como análises de circuitos mais amplos que incluam a tradução como uma das etapas ou domínios, incluindo-se a necessária colaboração em obras de autorias múltiplas.

 

ST 13 - PROFESSOR SÓ DÁ AULA? A BUSCA PELA VALORIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE INVISÍVEL

Coordenadoras: Profa. Ada Magaly Matias Brasileiro (UFOP) e Profa. Viviane Raposo Pimenta (UFOP)

Há cinco anos, temos nos dedicado a identificar e a descrever o trabalho do professor nos mais diversos níveis de atuação e redes de ensino (BRASILEIRO, PIMENTA; 2021, 2022a, 2022b, 2023). Tal estudo tem como pressuposto que o métier docente se realiza por meio da linguagem e se concretiza nos gêneros do discurso profissional (BAKHTIN, 2003; BATHIA, 1994; CLOT, 2004; MACHADO; LOUSADA, 2010). Um dos resultados dessa pesquisa traz à tona o volumoso trabalho docente que é realizado na invisibilidade, o que leva a sociedade a pensar que o trabalho do professor resume-se a “apenas dar aula”. Um professor exerce diferentes atividades nos campos do ensino, da pesquisa, da extensão, da gestão e da formação continuada, e, muitas vezes, tais atividades, por serem “invisíveis” (LEPLAT, 1980), não são reconhecidas como trabalho, do que decorre a desvalorização e a não remuneração do trabalhador. Neste simpósio, temos como objetivo reunir trabalhos que tenham potencial de demonstrar as mais diversas atividades realizadas pelo professor, com destaque aos gêneros do discurso profissional que as materializam. Para isso, pensamos em dar espaço a relatos de práticas que demonstrem o trabalho realizado desde o planejamento, passando pela mobilização de recursos, saberes e sujeitos, pela aplicação do que foi planejado, pelo processo avaliativo e pela repercussão dos resultados. Dessa forma, pretendemos realçar os gêneros orais, escritos e/ou multimodais mobilizados para ensinar (e não a ensinar) que exercem funções discursivas de planejar, documentar, avaliar, comunicar, ensinar e aprender. O nosso engajamento é com a luta pela valorização desse trabalho socialmente desconhecimento.

 

ST 14 - VOZES FEMININAS NA CONTEMPORANEIDADE

Coordenadoras: Profa. Priscila Campolina de Sá Campello (PUC Minas), Profa. Bruna Gabriele Oliveira (PPG Letras – PUC Minas) e Profa. Flávia Maurício da Rocha Fontes (PPG Letras – PUC Minas)

De acordo com a pesquisadora portuguesa Isabel Allegro de Magalhães, em seu livro intitulado O sexo dos textos, ao comparar as narrativas escritas por homens das desenvolvidas por mulheres, um dos pontos relevantes para se considerar é a diferença de perspectiva. Ela explica que as mulheres “viveram, portanto, a experiência de outro ponto de vista, e essa será uma das razões pelas quais as suas narrativas se mostram tão claramente diferentes. Mas, por outro lado, essa diferença no ponto de vista tem a ver com algo de mais permanente: com uma percepção e uma atenção que as mulheres, pela sua história, foram levadas a desenvolver” (Magalhães, 1995, p.30). Partindo dessa premissa, o presente simpósio tem como objetivo abarcar narrativas produzidas por mulheres de diferentes origens/países, considerando a universalidade das experiências vivenciadas por elas. Aceitaremos trabalhos que analisem textos literários (contos, poemas, romances) de autoria feminina sob as mais diferentes perspectivas teóricas/críticas, produzidos em língua portuguesa ou língua inglesa, nos últimos 40 anos. Além de temas relacionados diretamente ao feminino, como maternidade, sororidade, sexismo, violência, corpo e patriarcado, serão também discutidas neste simpósio questões inerentes à própria escrita de autoria feminina.

 

ST15 - A literatura digital brasileira: autores e obras

Coordenadoras: Profa. Dra. Raquel Beatriz Junqueira Guimarães (PUC Minas) e  Profa. Dra. Carmélia Daniel dos Santos (PUC Minas)

A literatura contemporânea é marcada pela circulação de textos tanto em objetos tradicionais, quanto em ambientes não convencionais tais como os muros, os postes, as lixeiras das grandes cidades. Essa realidade se alia aos fenômenos próprios dos ambientes digitais e redes sociais (facebook, blogs pessoais, instagram). Assim o que se tem é a expansão dos ambientes de circulação literária e da própria criação artística que passa a usufruir de outras escritas, outras tecnologias, outras performances e outros sistemas semióticos não verbais integrando as tecnologias digitais na criação literária. Nesse contexto, a presença de obras efetivamente digitais possibilita que se considere a existência do que se pode chamar de Literatura Digital Brasileira. Tomando como ponto de concentração os textos que circulam em ambientes digitais, este simpósio visa reunir reflexões sobre o conceito de literatura digital, sobre autores e obras escritos nesse ambiente, e discussões que analisem os principais desafios da criação e circulação de objetos artísticos literários no ambiente digital, como a noção de autoria, expansão da escrita, relação das artes verbais e não verbais. Pretende-se, especificamente refletir o campo da chamada Literatura Digital Brasileira Contemporânea, seus autores, suas obras e suas formas de relação com um público leitor.

 

ST 16 - ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA PRÁTICA DOCENTE

Coordenadoras : Profa. Eliane Mourão (UFOP) e Profa. Ana Paula Martins Correa Bovo (UEMG-Passos)

O Laboratório de Linguagens - LALIN - é um espaço de convergência de ações e reflexões na área de conhecimento do ensino e da aprendizagem de linguagens, entendidas de forma abrangente. Para a XVII Semana Nacional de Letras e o IV Simpósio Nacional de Pós-graduação em Estudos da Linguagem, de 2024, este Simpósio se propõe a abrigar trabalhos (em andamento ou concluídos) construídos na interface Ensino/Pesquisa/Extensão, em todos os anos escolares, especialmente na Educação Básica (anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio), cujo desenvolvimento esteja comprometido com uma educação emancipadora, entendida no sentido freireano.

Assim, nosso propósito para este evento é fortalecer o diálogo com a comunidade educacional por meio da apresentação de trabalhos que mostrem contribuições da área de Letras para os processos pedagógicos e para a formação docente. Tendo em vista a amplitude da nossa área, com variados escopos e atores, o elemento comum deverá ser, então, o envolvimento do trabalho com quaisquer aspectos que instiguem, que promovam a educação em linguagens formadora do sujeito competente para participar de quaisquer práticas linguageiras necessárias para atuar no mundo contemporâneo, como cidadão deste mundo.